sexta-feira, 9 de dezembro de 2016

Jair Figueiredo - Tessitura

[Capa: Falves Silva]




Jair Figueiredo nasceu em Natal a 26 de março de 1947. Além de poeta, é teatrólogo. Publicou os livros de poemas TESSITURA (Edição do Autor, 1984, Natal-RN) e Poesia alfa bética (Edição do Autor, 1987, Natal-RN). São escassas mais informações sobre o autor.



TESSITURA é uma coletânea de poemas produzidos num período de 11 anos (1967 -1978), marcada por um grande apelo existencialista. O livro é um passeio pela angústia, centrado, sobretudo,  nas figuras da 'morte', da 'noite' e do 'silêncio', pontualmente memorialístico. O eu lírico, em sua 'trajetória', elege memórias e questiona o  futuro, tem todas essas distâncias à sua frente, num único momento e, por isso, vê tudo se construindo e se desfazendo diante dos seus olhos. O que seria o "mar" do poema A rua entrando no mar, senão uma metáfora para o próprio tempo que engole avenidas, automóveis... que nos engole? O poeta empreende uma fuga, se tornando a própria fuga, ao perceber que jamais haverá uma linha de chegada, mesmo havendo tantas paradas e momentos nos quais, com elas, alimenta e se entrega à  ilusão de ter chegado ao que  busca, para não perecer. E, talvez, por isso, peque no excesso de poemas que tornam a leitura fatigante, sublimando, deste modo, a potência que alguns de seus poemas têm, se analisados individualmente. Mas isso não apaga o mérito de Jair: "o jogo harmonioso de suas ideias que compõem, de maneira realmente hábil, a tessitura das imagens que oferece.", como afirma Paschoal Carlos Magno, no prefácio.


***
Poemas do "TESSITURA" (1984)



Gens-Isa

Estão contidas em um lago
As mãos sem medo e ritmistas;
Os cabelos do dia convergem
Em um ponto do escuro.
Suas lágrimas dizem as estrelas
Na ânsia de chorar o tempo
Em meio o espaço de sangue.
..................................................
As pedreiras do encontro
Das
Folhas do tempo
(Que perdeu seu irmão — o vácuo)
Deixaram maraca no
Abrigo da serra de
Gens-Isa.

                                                              05-12-69

***

Raia-Negra

69 =
Espaço de críticas nas dobras da procura,
Ritmos oblíquos na voz/luta,
Olhar agudo no adimensional,
Revolta abdominal no
Micro-tempo,
Som-sangue no macro-só do
Ponto nu.
Terra crivosa
Ou furada (nua/crua/não-sua/assexuada)
No dia do dia-todo.
Raia-negra: coerência/interferência
: afago-luz;
Absorção: raia-negra;
Risos de raias-negras:
Isa-ano-luz.

                                                               01-01-70

***

Cena Muda

Ali,
Ele ficava sentado;
Sempre muito pontual;
Trabalhava cortando pneus;
Ele era todo forte
E eu uma criança ainda;
Eu não entendia o porquê de
Cortar pneus.
Mamãe explicava que era preciso
Fazer alguma coisa para acabar
Com a fome;
Fui vivendo sem entender
As palavra de Nair.

O tempo foi passando
Passaram-se dias
E anos.
Um dia,
Na esquina de uma rua,
Alguém me pede “uma esmola para
Matar a fome”;
Aí lembrei de mamãe;
Era o cortador de pneus;
Tive vontade de perguntar
Se foi preciso
Cortas as pernas para matar a fome,
Porém,
Foi uma cena muda.

                                                                 21-11-66

***

Cruz de vidro no calado/ negro

Nas primeiras gotas,
o dia envolve os gritos de silêncio
das mãos do estípte e,
cicatriza com voz semi-rouca o escuro.
Não fala. Ri aos pássaros.
Anda, desencontrando a guerra ou a faca
nos pontos/fim das carnes nuas.

O infinito estrangulado,
o líquido desmoleculado,
a mastigação crepuscular dos olhos
amor na flor despetalada,
a teima do desvio da luz monocor
num prisma,
sem despertar pra cor;
ajuda no baú das ligas
ou desculpa no enforcamento.
Dia/ponto: cruz de vidro no calado/Negro.

                                                               26-01-70
***

Nada no caminho

Não há ninguém/ nada no caminho;
Os risos adormeceram fora do tempo,
As coisas fugiram dos olhos da vida,
A vida não passava os passos
Até o mar.
Não havia nada/ nada de existência;
Tudo antes dos escuros;
Os buracos não respiravam/ o ar morto.
Morte: os instantes quentes;
Trucidaram os gritos/ cantos;
Os suspiros quebram-se no caminho.
Não vem ninguém desmantelar
A estática molecular desse instante.
Mesmo um pedaço de luz bastaria para
Despertar os muros de silêncio.
Talvez a chuva venha apagar
As palavras (rastros)
Pregados nas areias.

                                                               31-12-71

***

Mulher-Mulher
                       
Era organizada
no momento da avenida;
surgia quando os olhos
dos homens não mais
digeriam carne humana;
vinha na última
lágrima-de-sol; talvez
fosse o derradeiro passo
da tarde ou o primeiro
da noite.
Seus pés-de-nuvem
beijavam o chão
emudecendo-lhe os gemidos;
andava como folhas-de-ar.
Sua passagem
cicatrizava as rugas da terra
com batidas caladas.
Vestia-se de arco-íris,
desviando os olhos-de-espada
para as vísceras da noite.
Seu olhar acendia
a mácula-de-Adão, desfazendo
as dobras da impotência;
era medido/limitado/atomizado;
tinha a medida da vida/da morte
do muro/da distância/do
sexo/da cor/ do amor/
do só;
talvez fosse
o incontrolado desejo
de acordar/de matar
a morte.
Seu sorriso afogava os
automóveis na fuga do espectro,
atirava óvulos
dentro dos vestidos dos
machos,
derramava-se pela estrada/
por sobre os limites
humanos e,
fragmentava-se no escuro
evidenciando as estrelas.

                                                               25-06-72

***

A rua entrando no mar

A rua entrando no mar:
os automóveis afogando-se
na vida das ondas;
a terra morta
debaixo do caminho;
o barulho desumano das
águas acordando
a vontade de dormir;
e o mar com seus grandes
olhos olhando
os detalhes humanos.
O homem vê o fim
do espelho astral, lá,
encostado no céu.
O trânsito atrapalhado/
o desapito do guarda;
a equivalência
dos peixes com os homens
e das ondas com os carros;
sorrisos afogados/
desencontrados; gritos
sufocados/deglutidos;
as folhas líquidas,
banhando
a gravidez e o impotência.
O mar nadando
na estrada/bebendo
coisas terrestres;
tudo da cor do
oceano/até o ar.
Todos os encontros
morreram dentro d'água/
quando a água
saiu do mar.

                                                               27-10-72

***

Viagem

A natureza dorme
coberta de si mesma/
sono de morte/
nada se ouve/
sono de morte;
as coisas estão
caladas dentro dos olhos;
as coisas – os artifícios
humanos;
o tempo foge do silêncio
derramando-se na pista.
tudo é você;
você é a presença
esquisita da existência,
o desejo de morrer
distante,
a necessidade de persistir
junto às flores de
um jardim incerto.

E assim;
assim a estrada vai
findando, até ser
engolida de todo.
E depois;
depois do caminho,
você está agarrada
na memória.
E num instante;
Num instante de fuga,
Você é o instante
e a fuga.

                                                                  17-7-73

***


Maria Madrugada

Ela dormia numa cama
bem magra quando
a noite se desprendeu do telhado
e beijou seu corpinho de esperança;
a senhora-boneca, fada da noite,
estava lá
e vestia-se de frutas,
carnes, legumes, doces;
senhora-boneca: bonecafeira;
o quarto jazia num túmulo
indiferente a desejos.
Ela acordou quando
a noite se desprendeu do telhado
e beijou seu corpinho de esperança;
Maria estava tão só e
medrosa que parecia nua;
nada havia nos seus olhos além de
um vagalume dorminhoco;
não dormiu, não chorou,
teve medo da fome (apenas magra
durante o sono).
Ela seguia os espaços por onde
passava a senhora-boneca, depois
iniciou um voo pesado, sendo
impelida pela noite
contra o teto;
diante daquela barreira de telhas
ela remexia-se toda; nesse agora,
tinha o nome de Maria morcego;
parecia uma aranha presa ao seu
produto.
Com os olhos esbugalhados seguia
a senhora-boneca;
sentia a ausência da morte;
tinha fome
e procurava a morte;
seu apetite havia sido estimulado
pela presença de
carnes/legumes/frutas/doces.
Finalmente
ultrapassou o muro da fome.
Fora do quarto,
lá no céu, os astros dançavam
ao som de uma música vinda
de todos os planetas;
ela subia, verticalmente,
em direção oposto a todos
os lugares conhecidos;
as estrelas se precipitavam
ao seu encontro numa
competição carinhosa;
ela
em vida,
tinha o nome de Maria.
Seu retrato,
pintado no ar azul,
é sentido apenas pelos
seres da madrugada;
só eles conseguem dormir,
com Maria, noites perdidas;
os seres da madrugada olham
forte/fixo para o céu,
as nuvens dançam centrifugamente,
surge, no palco circular, Maria
com uma coroa de astros na cabeça;
ela se constitui numa mistura
homogênea, cujos constituintes
são vistos, somente, pelos
alucinantes seres da madrugada.
Você
que alucina,
olhe para o desconhecido
e veja Maria com sua coroa astral,
enfeitando o céu de
algumas madrugadas.

                                                               31-12-73

***

Sábado de Carnaval

Morrer é triste,
porém,
morrer triste
é não parar de morrer;
(pensamento de um dia de sábado).
Este sábado de carnaval será
o meu lema.
Mando essa tristeza embora,
assim queimarei todas
as frações tristes
dos instantes futuros;
agora mesmo vou sair por aí
à procura de alguém que
me ensine a sorrir;
a cada pessoa pedirei
algo antônimo da tristeza;
abraçarei qualquer criança
e pedirei a ela que
me ensine a brincar;
antes de sair
soltarei os passarinhos:
preciso aprender o livre.
Quem abrirá a porta do
meu presídio?!

                                                                  23-02-74

***

Beco da lama

Ontem,
quando a noite já havia dominado
o dia inelástico e chato,
eu fui até à lua, fui pra ver,
sentir, absorver
a claridade mais de perto; lá não
estava o que procuro, todo o
tempo, onde me encontro,
mas não fui por isso;
necessitava de luz para poder
enxergar melhor — olhar
seus/meus passos;
não encontrei você em nenhum
lugar por onde andei, precisei
vê-la num segundo, tive medo
do silêncio, corri, ziguezagueando
a superfície, e caí num silo escuro,
profundo, aterrador — desci
sem asas;
caí mais perto da lama que,
da cama, de onde saí;
nunca mais vou pra lua — você
não estava por lá e eu fiquei
muito mais solteiro.
Fico
na rua onde mora a lama dos espirros,
dos dejetos,
a lama de tudo, até de um riso;
no frio da rua, no mutismo
monstruoso do século — fico
onde você mora;
prefiro andar pelas calçadas,
com vagar — não há pressa de
chegar, não há chegada;
quero
ir cego/solto/sem luz/ certo
de que não vou encontra-la,
mas, quero ir: você vai estar
sempre escondida num canto que eu
desconheço.
A luz que a lua me deu serviu,
apenas, para que eu tomasse
consciência do vazio que me
consome.
Meu nome já não tem sentido;
minha mulher
é um homem feito/feio: eu no espelho.
O vazio de todas as coisas é
o buraco imenso que tenho na cabeça
e que amolece meu corpo, fazendo-me
passivo.
Você não quis: eu pedi pra você
seguir, comigo, a mesma linha invisível.
Construí um barco de folhas — afundamos
em águas amargas/fétidas: eu bebi,
sozinho, as águas sujas do mundo.
Todo dia digo/grito/penso/como o
adeus eletrônico de você.
Todo dia
a lama bebe a luz
e eu caminho o escuro
que nasceu em mim;
Todo dia
fico na cama
do beco da lama,
na lama da cama,
na lama do beco,
na lama de você, com você,
na lama.

                                                               21-11-74

***

Imagem real

A minha cabeça
está calma, exausta, indigesta — farta
de assobios proibitivos;
cansei de pensar em ventos, montes,
mortes, chamas,
borboletas e silêncios.
Todos me pintam com pincéis de fogo,
e meu rosto mostra-se cabeludo
de rugas metálicas/acesas;
aos meus judas,
o meu mutismo!...

Não
devo pensar.
Faço/
desfaço sem que meu cérebro tome
conhecimento do feito/
desfeito.
Viajo
só e somente
viajo: viajo indo;
deixo para trás o meu passado,
o meu futuro, e se alguém se
interessar por eles, que percorra
as entrelinhas do Zodíaco.
Choro no cinema um pranto cheio
de coisas;
deito no banco da praça,
às vezes durmo e sonho,
às vezes como pão.
Os dias aqui são quentes,
por isso,
deixo meu corpo dormindo
na calçada da igreja
e vou banhar-me na maré.

Os desejos estão escondidos.
É preciso pensar pra que eles se
desencantem; mas,
não devo pensar.
Não
desejo nada/não
penso/não posso/não
engulo/não regurgito/não
adoeço; não sei
onde estou, nem o que faço/não
afirmo nem nego a minha existência.
Muitas vezes sinto-me como uma
ameba,
projetando braços disformes
entre outras amebas,
num quarto gordo de fezes
líquidas e fedorentas;
estou certo de algo, devo reagir a
qualquer estímulo, mesmo
desconhecendo a região do meu corpo
estimulada.
Falo.
Quando falo não
escutam, não
reagem, por isso, enterro
as verdades e as mentiras
no cemitério
mais próximo.
Todos
dizem
tudo,
daí eu ter deixado a cera tapar
as janelas laterais da minha casa.
Meus olhos
estão míopes
mas,
eu não uso óculos;
quero olhar o mundo por dentro
e não como ele se apresenta.
Estou chorando!;
as lágrimas retratam as imagens
no meu olho doente
como eu as imaginava; como vejo
agora o homem, o espelho, o muro,
o talvez,
o nó, as rugas, as luzes da noite,
o sapato furado,
a gravata,
a mama
e o metro da navalhada.

                                                               11-12-74

***
O MENINO E O MAR

Quando eu vi o mar
pela primeira vez/
tive medo — pensei que ELE
quisesse me engolir;
eu tinha dez anos.
Nesse dia eu imaginei que
o céu e o mar eram uma coisa
só:
um chapéu imenso de abas para dentro;

eu me perguntei: por que onde eu
                                                    morava
o chapéu não tinha abas
azuis/alegres?
Nunca mais procurei saber
                                       a resposta.
                                                               
                                                             28-02-75

***

SEM SONO

O ar morreu na sala de jantar
                                               antes
de chegar ao quarto
                                     de dormir.
Talvez
por isso o sono perdeu-se nas
vagas entranhas da noite, como
se fosse um peixe fora d’água.
Uma noite sem
                monstros multicéfalos,
também sem idas e voltas galaxiais;
                               sem enforca/
                                        afoga/
                                        estrangula/
                                        casamento; sem
mãos, sopros, gozos extraconjugais.
Uma noite branca
                    sem vento/sono/sonho.
E o amanhã que viria com o sol
dengoso/manso
                               amanheceu/nasceu
prematuro no quarto de dormir.

                                                               28-02-76

***

RETRATO DE CABECEIRA

Estes olhos mansos
adornam meu rosto de homem,
escondem as rugas da minha
face idosa de macaco;
teus olhos de retrato
aguarda o beijo longínquo,
errante do teu macho (eu,
que olho a tua fotografia e escrevo), e
esperam as carícias de
minha mão de pedreiro para despertarem
ao som de uma música conhecida.
Estas mãos crianças
sonham o afago ardente
destes dedos que empurram
o lápis no papel,
enquanto o frio vai gelando
teus ossos adolescentes
pelas noites escuras de luar;
estas mãos anseiam a volta
como se tudo dormisse
e nunca fosse acordar, no entanto,
elas acreditam no reencontro.
Esta (tua) boca estátua (boca de
                                                   retrato),
espera o meu sorriso místico
e a minha voz de santo, e
o pranto sagrado
que escorre pelas dobras do meu
rosto de alumínio;
esta (tua)
boca estátua AGUARDA,
a lágrima SALMORNA do meu
                                               olho
e o meu beijo mágico de
                                          cigano.
Vez por outra
olho teu retrato mas,
nem sempre escrevo.
                                                               20-05-76

***

Rádio Relógio

Deitado na cama
sobre um lençol de
                                        flores brancas
contrastando com um fundo vermelho,
                num quarto da saúde,
                no 46 da rua monte
acendo o meu cigarro pós-prandial.
                DEZESSEIS HORAS,
                UM MINUTO,
                ZERO SEGUNDO.
E vou fumando,
olhando a fumaça desaparecer no ar
do meu decúbito supino, ouvindo:
                DEPOIS DO SOL,
                QUEM ILUMINA
                O SEU LAR É A
                GALERIA SILVESTRE.
                 O CÁGADO E A TARTARUGA
                SÃO ANIMAIS DE CURTÍSSIMA
                INTELIGÊNCIA – TÊM
                DIFICULDADE ATÉ PARA
                ENCONTRAR ALIMENTO.
                DEZESSEIS HORAS,
                DOIS MINUTOS,
                ZERO SEGUNDO.
O sono vai entrando
                pelas minhas narinas
num ritmo cadenciado:
                TIQUE-TAQUE,
                TIQUE-TAQUE,
                TIQUE-TAQUE,
                TIQUE-TAQUE.
                A MASTIGAÇÃO
                É IMPORTANTE, POR ISSO,
                OS DENTES DEVEM SER
                BEM CUIDADOS.
                TIQUE-TAQUE,
                TIQUE-TAQUE.
                UM ORGULHO NÃO
                ESTARÁ LONGE
                DE SER UMA GRANDE
                QUEDA
                DEZESSEIS HORAS,
                TRÊS MINUTOS,
                ZERO SEGUNDO.
E o cigarro findando.
                A OVA DE PEIXE TEM
                ELEVADO TEOR EM
                VITAMINA A.
                NA CHINA, O MÉDICO
                QUE TEM O NOME
                ESCRITO MUITAS VEZES,
                NÃO GOZA DE BOM CONCEITO;
                ISSO PORQUE A FAMÍLIA
                DO MORTO ESCREVE O NOME
                DO MÉDICO NA SEPULTURA –
                VOCÊ SABIA?!
                DEZESSEIS HORAS,
                QUATRO MINUTOS,
                ZERO SEGUNDO.
Dormindo no tique
acordando no taque.
                CHAMA-SE ACROFOBIA
                O MEDO DAS ALTURAS
                E GINOFOBIA O MEDO
                DAS MULHERES – VOCÊ
                SABIA?!
                GALERIA SILVESTRE.
                EM COPACABANA,
                PRINCESA ISABEL, 254.
                TIQUE-TAQUE,
                TIQUE-TAQUE.
                SAPATOS,
                SAPATARIA MORENA...
Desligo o rádio,
ajeito o corpo para dormir
mas, desperto para escrever.
   
                                                                06-02-78

***

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